Em A Colônia um grupo de cientistas em uma escavação no Peru desperta um horror pré-histórico, uma arrepiante espécie de aranhas carnívoras, que logo se espalha pelo globo e se torna uma ameaça real à humanidade. Em A Expansão, o horror ganha contornos mais dramáticos com a apresentação de novos tipos de aranhas e com pessoas virando incubadoras vivas de aracnídeos e sendo devoradas de dentro para fora após a eclosão de sacos de ovos inseridos em seus corpos. Em Dia Zero a batalha final entre a humanidade e as aranhas explode e o apocaranhalipse jamais esteve tão próximo.
Se você gostou dos volumes anteriores certamente vai apreciar a conclusão da trilogia. Ezekiel Boone mantém o mesmo estilo ágil de escrita, com capítulos curtos e cheios de ação, que acompanham diversos personagens ao redor do mundo enfrentando sua parcela particular do apocalipse aracnídeo. Desta vez a preocupação não é apenas com as aranhas e a aparente evolução na coordenação de seus ataques, mas também com outros sobreviventes, que passam a vagar por regiões completamente destroçadas e repletas de aracnídeos. O caos, medo e histeria entram em confronto com dilemas éticos e morais impactando diretamente na forma como as pessoas enfrentam essa crise.
No final de A Expansão os Estados Unidos colocam em prática seu plano de contingência mais mortal e destrutivo na tentativa de conter o avanço das aranhas, o resultado é um país devastado e isolado e uma expansão aracnídea desenfreada. Além dos problemas de logística que diferentes núcleos de personagens terão que enfrentar em busca de abrigo, a presidente americana vê suas decisões serem contestadas por um golpe de estado militar. Ezekiel Boone tece uma teia de intrigas e suspense que envolve o leitor, o apocaranhalipse pode não acontecer porque a própria humanidade pode acabar com o mundo antes das aranhas, em confrontos internos movidos por mesquinhez e preconceito.
A construção cinematográfica da história continua, da mesma forma a repetição do problema dos volumes anteriores, cenas e conflitos desnecessários de personagens secundários que parecem existir simplesmente para dar mais volume ao livro. De uma forma geral, todos os principais arcos narrativos apresentados ao longo da trilogia acabam convergindo e sendo relevantes na construção do clímax da história, que responde não apenas a todas as questões levantadas ao longo da trama, mas também oferece um bom desfecho.
Dia Zero é uma leitura rápida e divertida, com ação e tensão suficientes para te manter preso em suas páginas até o final. Dependendo da sua inclinação, entre um leve desconforto até fobia extrema de aranhas, você vai se sentir ou pelo menos minimamente arrepiado ou verdadeiramente assustado com algumas das descrições de personagens enfrentado a fúria aracnídea. Ezekiel Boone oferece um desfecho satisfatório para uma trilogia que reinventa a temática dos animais assassinos para os dias atuais com propriedade e consistência.
Dia Zero (2021) | Ficha Técnica
Título original: Zero Day (2018)
Autor: Ezekiel Boone
Páginas: 272 páginas
Tradutor: Leonardo Alves
Editora: SumaPáginas: 272 páginas
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