Às Portas da Fantasia é uma coletânea que foi publicada pela Editora Expressão e Cultura em dezembro de 1970, e se destaca das demais coleções da época por um único motivo: Robert Bloch. Das dez histórias selecionadas por Kurt Singer, seis são de autoria da mente que criou Norman Bates, narrativas estas que apresentam ao leitor brasileiro um lado completamente diferente do autor.
Seres inomináveis da mitologia de Lovecraft, bruxas satânicas, lobisomens, mortos-vivos e horrores advindos de religiões pagãs tão antigas quanto a própria humanidade são alguns dos temas de seus contos. Curiosamente o livro apresenta o subtítulo "dez histórias escolhidas de ficção científica", porém mesmo os contos de Ray Bradbury estão longe das convenções deste gênero. O macabro e o sobrenatural são a força motriz de todos os enredos.
Robert Bloch foi um dos membros do Lovecraft Circle, que era basicamente um grupo de escritores amigos de Lovecraft, entre os quais estavam Robert E. Howard e August Derleth, que trocavam correspondências com ele e criavam suas próprias mitologias amarradas ao universo de Cthulhu. O Campanário das Trevas, a história de Bloch que abre o livro, é um dos resultados da influência de Lovecraft e de experimentos dos limtes do horror cósmico.
Em 1935 Bloch escreveu um conto chamado "The Shambler from the Stars", onde o afamado De Vermis Mysteriis aparece pela primeira vez, um ano depois Lovecraft escreveu uma sequência para essa história chamada "The Haunt of the Dark". O Campanário das Trevas, escrito por Bloch em 1950, é a conclusão desta "trilogia".
A história se baseia na premissa de que os fatos narrados por Lovecraft em "The Haunt of the Dark" são verdadeiros, Robert Blake, o protagonista aspirante a escritor, visita as ruínas de uma Igreja, que antigamente abrigava fanáticos de um culto sangrento e faz as horríveis descobertas que são narradas por Lovecraft. Meses depois, Edmund Fiske, amigo de Blake, parte para Providence para investigar o que realmente aconteceu.
O Campanário das Trevas é um conto claustrofóbico, Bloch acerta no clima de horror ao colocar o próprio Lovecraft como um personagem real de sua história, uma espécie de profeta dos Grandes Antigos, e causa uma grande impressão no leitor. É uma das melhores histórias baseadas no universo de H. P. Lovecraft que já li.
Em seguida, Microespiões de Ray Bradbury, traz uma trama digna de Além da Imaginação, seu protagonista possui uma obsessão por insetos, o motivo de sua aversão é explicado ao longo das páginas, porém nada lhe prepara para o final surpreendente.
Seres inomináveis da mitologia de Lovecraft, bruxas satânicas, lobisomens, mortos-vivos e horrores advindos de religiões pagãs tão antigas quanto a própria humanidade são alguns dos temas de seus contos. Curiosamente o livro apresenta o subtítulo "dez histórias escolhidas de ficção científica", porém mesmo os contos de Ray Bradbury estão longe das convenções deste gênero. O macabro e o sobrenatural são a força motriz de todos os enredos.
Robert Bloch foi um dos membros do Lovecraft Circle, que era basicamente um grupo de escritores amigos de Lovecraft, entre os quais estavam Robert E. Howard e August Derleth, que trocavam correspondências com ele e criavam suas próprias mitologias amarradas ao universo de Cthulhu. O Campanário das Trevas, a história de Bloch que abre o livro, é um dos resultados da influência de Lovecraft e de experimentos dos limtes do horror cósmico.
Em 1935 Bloch escreveu um conto chamado "The Shambler from the Stars", onde o afamado De Vermis Mysteriis aparece pela primeira vez, um ano depois Lovecraft escreveu uma sequência para essa história chamada "The Haunt of the Dark". O Campanário das Trevas, escrito por Bloch em 1950, é a conclusão desta "trilogia".
A história se baseia na premissa de que os fatos narrados por Lovecraft em "The Haunt of the Dark" são verdadeiros, Robert Blake, o protagonista aspirante a escritor, visita as ruínas de uma Igreja, que antigamente abrigava fanáticos de um culto sangrento e faz as horríveis descobertas que são narradas por Lovecraft. Meses depois, Edmund Fiske, amigo de Blake, parte para Providence para investigar o que realmente aconteceu.
O Campanário das Trevas é um conto claustrofóbico, Bloch acerta no clima de horror ao colocar o próprio Lovecraft como um personagem real de sua história, uma espécie de profeta dos Grandes Antigos, e causa uma grande impressão no leitor. É uma das melhores histórias baseadas no universo de H. P. Lovecraft que já li.
O Vampiro Zombeteiro de Robert Bloch, tradução infeliz de "The Grinning Ghoul", é uma daquelas histórias de horror que arrancam tanto arrepios como suspiros de prazer dos fãs do gênero. O protagonista é um psiquiatra que tem como desafio tratar um paciente que afirma sofrer com horríveis pesadelos que se repetem todas as noites.
Em suas fantasias oníricas ele vagueia pelas entranhas de um cemitério e encontra horrores que desafiam sua sanidade. Suas alucinações são tão fortes que ele não distingue mais realidade de fantasia e acredita que os sonhos são reais. Para confrontar seu paciente em um tratamento de choque, o psiquiatra consente em ir até o suposto cemitério e comete o maior erro de sua vida.
Os Títeres se Vingam... de Robert Bloch apresenta uma versão sombria e sangrenta do mito judaico do golem. Em um sanatório, um paciente consegue modelar pequenos bonecos de barro com tamanha perfeição que eles adquirem vida! É hora de se vingar daqueles que o diagnosticaram como louco.
No índice Um Delírio Metaléptico é atribuído a Robert Bloch, mas na verdade o conto é de Ray Bradbury, "Fever Dream" no original. Charles é um menino que está de cama por conta de uma doença desconhecida, aos poucos ele sente que está perdendo o controle de seu corpo. O médico e seus pais fazem pouco caso de sua história, mas algo sinistro vem por aí.
A Maldição dos Druidas de Robert Bloch é uma história impactante onde as crenças modernas entram em conflito direto com o misticismo secular. Um fazendeiro descobre um antigo altar druida em suas terras, mesmo sendo aconselhado a não interferir com a construção pelos moradores locais, ele decide destruir o altar pagão. Suas ações libertam poderes que há séculos jaziam adormecidos, e cuja ira exigirá muito mais que meros sacrifícios para ser aplacada.
O Morto de Ray Bradbury é a história mais fraca do livro, funciona de um modo bastante interessante como crítica social, mas dentro do contexto que a coletânea se propõe e do que as outras histórias oferecem, parece deslocado e em algumas partes até entediante.
Uma Questão de Regulamento de Robert Bloch é uma das melhores histórias de bruxas que já li, com a dose exata de humor negro e suspense, consegue ser ao mesmo tempo irreverente e assustadora. Um agente do governo está visitando casas do subúrbio, aplicando questionários de um censo, era para ser mais uma visita normal, onde uma dona de casa o receberia com indiferença e responderia sem grande interesse suas perguntas. O problema é que a casa da vez era habitada por uma bruxa.
O Manipulador é talvez a história mais sombria que já li de de Ray Bradbury. O protagonista é um agente funerário depravado que realiza suas bizarras fantasias com os cadáveres de sua funerária.
E por fim, A Vez do Lobo de Robert Bloch fecha a coletânea com vísceras e sangue, um conto old school de lobisomens envolvendo amores doentios e canibalismo. Violet acredita ferozmente que está sendo perseguida por um lobisomem, mas seu marido, um escritor de novelas de terror, não crê em seus relatos. Há várias camadas de segredos na trama que vão se revelando ao leitor conforme as garras da criatura rasgam a pele de suas vítimas.
Às Portas da Fantasia é uma leitura indispensável para fãs do gênero, alguns dos melhores contos de Robert Bloch estão aqui, assim como ótimas histórias de Ray Bradbury, que provavelmente você já conhece se leu O País de Outubro ou Uma Sombra Passou por Aqui. É um livro que merece destaque pela qualidade de suas histórias que, em quase sua totalidade, são assustadoras e geniais!
Às Portas da Fantasia (1971) | Ficha Técnica
Título original: Ten Masterpieces of Science Fiction (1969)
Autores: Robert Bloch, Ray Bradbury, org. Kurt Singer
Tradução: Sylvia Jambeiro
Editora: Expressão e Cultura
Páginas: 272 páginas Compre: ---
Nota: ☠☠☠☠☠☠☠☠☠☠ (10/10 Caveiras)
Nota: ☠☠☠☠☠☠☠☠☠☠ (10/10 Caveiras)
2 Comentários
Rafael mais uma ótima indicação de livro, obrigado por atualizar novos ou antigos volumes para os fãs deste ramo de leitura.
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