No dia 18 de dezembro de 1975, George e Kathy Lutz mudaram-se para a casa número 112 da Ocean Avenue em Amityville, Long Island. Vinte e oito dias depois a abandonaram aterrorizados. Assim começava a lenda urbana imortalizada por Jay Anson em Horror em Amityville, um dos livros de suspense psicológico mais perturbadores pelo fato de suas linhas serem supostamente baseadas em eventos reais, escrito em um tom de documentário o livro narra a curta estadia da família Lutz em Amityville e os acontecimentos sobrenaturais que abalaram suas crenças e quase resultaram em uma grande tragédia.
A repercussão da história levantou várias polêmicas sobre a veracidade dos fatos, críticos, parapsicólogos e estudiosos do sobrenatural debateram sobre a realidade das manifestações ou se tudo não passava de uma armação para lucrar em cima da tragédia da família Defeo. Vários livros de não ficção foram escritos, alguns apoiam a história dos Lutz, enquanto outros afirmam possuir provas de que são mentiras. O consenso atual é de que tudo era falso, porém acreditando ou não há ainda muitos pontos obscuros nesta história.
No início da noite de 13 de Novembro de 1974, Ronald DeFeo Jr adentrou o Henry´s Bar em um estado de completa histeria, chorando copiosamente e articulando frases sem sentido gritava por ajuda, quando conseguiu ser acalmado o suficiente para se explicar, disse que seus pais tinham sido baleados. A casa da família DeFeo ficava a apenas um quarteirão da taberna de modo que foi formada uma pequena expedição para verificar as declarações de Ronald. O que encontraram ao chegar lá foi um chocante banho de sangue, os seis cadáveres que formavam a extinta família DeFeo jaziam de bruços em suas camas, todos brutalmente executados com um tiro de rifle nas costas.
Todas as pistas apontavam para Ronald DeFeo como perpetuador das mortes, que logo foi indiciado pelos seis assassinatos. O julgamento foi bastante controverso, o advogado de defesa William Weber entrou com um pedido de insanidade para o réu, DeFeo afirmou em seu testemunho que vozes lhe disseram matar sua família, mas a promotoria atacou com veemência. Ronald DeFeo Jr foi sentenciado em 25 de Novembro de 1975 a seis sentenças de prisão perpétuas consecutivas por assassinato em segundo grau.
A condenação de Ronald DeFeo serviu apenas para inflamar ainda mais as teorias sussurradas pela população, alguns acreditavam que ele não passava de um sociopata que irrompeu em um surto psicótico e se tornou assassino, outros levaram a sério suas declarações sobre ouvir vozes e argumentavam que o mesmo havia cometido os assassinatos enquanto estava possuído pelo demônio. O combustível para essas teorias estavam em alguns fatos insólitos, todas as vítima foram encontradas em suas camas de bruços, foram assassinadas enquanto dormiam e estranhamente nenhuma delas acordou com o som dos tiros e nenhum vizinho alegou ter ouvido disparo na referida noite. Logo a casa ganhou fama de ser assombrada.
Em 6 de Março de 1976 o famoso casal de investigadores paranormais, Ed e Lorraine Warren foram até a casa de Amityville com uma equipe de repórteres para conduzir uma sessão espírita, com objetivo de descobrir se haviam ou não espíritos presos naquele ambiente. Um grande público se reuniu, incluindo vários médiuns famosos e parapsicólogos da Fundação de Pesquisa Psíquica Americana. Lorraine, que alegava ser clarividente, disse que sentiu a presença de entidades poderosas e sinistras e que não havia nada que pudessem fazer para expulsá-las da casa. Enquanto os parapsicólogos, que haviam trazido seus equipamentos científicos, afirmaram não ter captado nenhuma manifestação.
Jay Anson com a publicação de Horror em Amityville em 1977 foi o grande responsável por tornar a história uma obsessão nacional, seu livro narrava as experiências sobrenaturais da família Lutz na antiga casa da família DeFeo, que havia se mudado para lá apenas 13 meses após os assassinatos. De acordo com o livro, George e Kathleen Lutz não se incomodavam com as histórias que envolviam a casa, porém os boatos eram assustadores o suficiente para que convidassem um padre para abençoar a nova residência no dia da mudança.
Enquanto o casal estava ocupado em descarregar suas caixas de pertences, o sacerdote decidiu começar o ritual e sozinho adentrou a casa aspergindo água benta e recitando suas bençãos. Quando chegou ao segundo andar foi surpreendido por uma voz masculina, que interrompeu a oração gritando "saia!", logo após uma sensação de sufocamento o obrigou a sair correndo da casa e a ir embora, mas não antes de aconselhar os Lutz sobre a maldade presente no lugar.
A família Lutz sentiu que havia algo errado desde o início em Amityville, no livro é descrito como o ambiente carregado alterou drasticamente a personalidade de todos, explosões de raiva e depressão tornaram-se comuns. Logo no primeiro dia as manifestações começaram, cheiros estranhos emanavam de diferentes cômodos da casa, variando de um fétido e pútrido odor de bile a essência de perfume barato, manchas pretas de difícil remoção invadiram os vasos sanitários, uma espécie de lodo verde vertia pelas paredes, centenas de moscas apareceram no quarto de costura e a temperatura da casa era anormalmente baixa.
A primeira manifestação física ocorreu quando um crucifixo foi encontrado de cabeça para baixo, Kathy relatou que em várias ocasiões sentiu uma mão tocando em suas costas acompanhada de um perfume nauseabundo, enquanto George era acordado diariamente por estranhos barulhos às 03h15min da manhã, supostamente o horário da morte da família DeFeo. As coisas pioraram cada vez mais a ponto de George acordar de madrugada e ter a sensação de que não era sua esposa deitada ao seu lado e sim uma mulher completamente diferente, em outra noite é relatado que ele impediu Kathy de se machucar ao vê-la levitando em direção a beira da cama.
A família Lutz tomada por um medo ancestral decide buscar ajuda de um outro padre na consagração da casa, mas novamente o sacerdote é atacado pelas entidades existentes no local e mal consegue terminar sua benção. Então a os Lutz decidem executar o "exorcismo" com suas próprias mãos e munidos de crucifixos caminham por todos os cômodos recitando orações, quando são interrompidos por um coro de vozes implorando para pararem. O relato mais perturbador vem da filha do casal que afirma ter feito amizade com um porco vermelho, que apenas ela podia ver, chamado Jodie.
George diz que uma noite voltando da casa de barcos, ao olhar para uma das janelas dos quartos das crianças viu sua filha o observando através do vidro e um par de olhos vermelhos atrás dela. Conforme os dias passavam as manifestações ficavam cada vez mais poderosas e destrutivas, até que 28 dias após se mudarem para a casa da família DeFeo, os Lutz decidem abandonar a casa. A família que atualmente vive na casa de Amityville relata que nunca presenciou nenhuma manifestação sobrenatural, embora eles tenham um problema sério com moscas, Ronald DeFeo Jr acusou Jay Anson e os Lutz de fraude, em uma carta para a People disse que a história do casal foi falsificada em concluo com seu advogado durante seu julgamento, com o único propósito de lucrar sobre sua tragédia.
Paralelo a essas alegações durante a sessão espírita do casal Warren uma foto foi tirada e mostra uma criança de olhos brancos que não estava no local e não foi vista por mais ninguém, supostamente um dos filhos assassinados de DeFeo, outro paranormal também afirma ter entrado em contato com o espírito de um índio que diz que o local era amaldiçoado e um antigo cemitério. E você no que acredita?
Amityville (1977) | Ficha Técnica
Título original: The Amityville Horror (1977)
Autor: Jay Anson
Tradução: Maria Aparecida Moraes Rego
Editora: RecordPáginas: 198 páginas
5 Comentários
Cara, eu acredito!
ResponderExcluirAcredito que pode ter ocorrido algo sobrenatural na noite de novembro de 74, mas não descarto de talvez o derramamento de sangue ter sido por vontade do assassino mesmo. Deu pra ver que estou dividido nessa !
ResponderExcluirbomlivro1811.blogspot.com.br
Esse caso me lembra o dos von Richthofen, casal morto a mando da própria filha (parricídio e matricídio), com a diferença dos quatro irmãos mortos. Na minha opinião pode muito bem ser uma farsa. Essa história é rodeada de controvérsias - uma pessoa fala uma coisa, outra pessoa já tem uma versão diferente. O fato de ninguém acordar no momento dos disparos pode ter sido ruído isolado ou tinha um segundo ou terceiro envolvido para atirar ao mesmo tempo. Sei lá. Mas a explicação não tem a ver com o sobrenatural, com o "coisa ruim"
ResponderExcluirLi em algum lugar que a família Lutz teve problemas com a hipoteca da casa, alguma coisa assim, daí precisaram cair fora. Quiseram lucrar com o "mistério" da casa. As histórias que relataram são no mínimo sensacionalistas (porco de olho vermelho?), parece ficção fantástica. "Butch" DeFeo já mudou de versão várias vezes, então... Não dá pra confiar na palavra desse cara.
Nossa tava assistindo o filme. Dei uma pausa pra ler essa matéria e páh
ResponderExcluirBrochante
Por saber que a história de terror pode ser invenção e mentira nem consigo mais assistir o filme com a mesma empolgação. 😣
Acabei de ler. Não sei por que o deixei 7 anos na estante na fila. Já se tornou um dos meus preferidos do gênero.
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