O Horror Que Vem do Gelo é o início de uma série de matérias especiais,
que a principio serão semanais, envolvendo indicações de livros variados, mas
com um mesmo tema. É uma maneira que encontrei para falar de livros que leio ou
li há algum tempo e não foram resenhados no blog. A expectativa é um texto mais
leve a limpo que uma resenha, mas com o mesmo propósito que é incitar a
leitura. Espero que gostem. Nesta primeira discussão irei falar sobre Nas Montanhas da Loucura de H. P. Lovecraft, Estação Polar de Matthew Reilly e Tensão no Gelo de Dean Koontz.
Nas Montanhas da Loucura de H. P. Lovecraft
H. P. Lovecraft sempre será o grande
mestre em insinuar o horror ancestral em cujas ruínas nossa sociedade
floresceu, o homem nada mais é que um parasita que vive dos restos dos deuses
antigos que descansam e aguardam, seja nas profundezas do mar ou em uma realidade
paralela. O simples vislumbre do horror inominável dos antigos causa insanidade e destrói a mente, o véu que separa nosso mundo do pesadelo onírico dos deuses são extremamente finos e há lugares em que a presença desses seres ainda pode ser sentida, quem sabe até invocada. Isso é lógico para
quem conhece as maldições do Necronomicon e sabe os pontos exatos onde
procurar. Nas Montanhas da Loucura une a
mitologia de Lovecraft com o inóspito e inexplorado continente antártico. No livro os personagens
encontram uma pústula de horror cravada nas costas das montanhas, criações arquitetônicas
que são desproporcionais às mãos humanas cujos ângulos são impossíveis de se
conceber. As descrições que rompem as barreiras da sanidade são a máxima do autor, o horror reside na consciência do quão pequena é a humanidade perto dos segredos do universo. Restos malditos de uma raça ancestral tão poderosa que sobreviveu milênios escondida, o que é o homem se não uma pequena formiga, um grão de areia perto da grandiosidade desses seres? Que tipo de horror conseguiu destruir uma sociedade tão poderosa? A resposta talvez possa custar sua sanidade.
Minha nota: ☠☠☠☠☠☠☠☠☠☠ (10/10 Caveiras)
Estação Polar de Matthew Reilly
Uma grande descoberta é
feita em uma Estação Polar na Antártica, enterrados a milhares de metros abaixo
do nível do mar em uma caverna antiga estão os destroços do que parece ser uma
nave espacial. Uma equipe de soldados americanos é enviada para proteger
os cientistas e garantir a soberania dos Estados Unidos sob o objeto
encontrado, mas o pedido de socorro que envolveu a descoberta é captado por
vários países e uma grande corrida se inicia para se apoderar daquela nave.
Assim começa Estação Polar um livro de ritmo alucinante, que lembra muito os filmes de
ação dos anos oitenta, com suas longas cenas de protagonistas desafiando a morte
e todas as maneiras possíveis. E é isso que você vai encontrar neste livro,
cenas de ação que ultrapassam cem páginas! Explosões! Tiros! Baleias
Assassinas! Traições! Mais explosões! Baleias Assassinas cara! Precisa de mais?
Minha nota: ☠☠☠☠☠☠☠☠☠☠ (9/10 Caveiras)
Tensão no Gelo de Dean Koontz
Dean Koontz é reconhecido por
ser um dos grandes nomes do suspense sobrenatural dos anos oitenta e noventa, Tensão no Gelo é um dos seus livros menos conhecidos, foi publicado no inicio da sua carreira com um dos muitos pseudônimos que utilizava
na época e ressurgiu anos depois em uma nova edição revisada. Em um mundo onde
a falta de água ameaça as colheitas norte-americanas o governo encontra uma solução radical, explodir grandes icebergs da calota do Ártico e guiá-los
até perto da costa onde a água que os formam possa ser reaproveitada. A dificuldade
do plano está na sua execução, o grupo que realizar a tarefa ficará isolado no
gelo e o esforço físico na colocação dos explosivos nos lugares certos à
profundidades exatas é quase mortal. Koontz aproveita esse ambiente
claustrofóbico de isolamento para inserir mais um elemento, um serial-killer
paranoico infiltrado na equipe. Para quem gritar e pedir socorro quando a
morte assombra o horizonte em uma terra de ninguém? O isolamento no gelo é comparável ao vazio infinito do espaço.
1 Comentários
Boas indicações como sempre. Legal Rafael.
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