A literatura de horror sempre teve como papel transcrever as emoções
mais sombrias e os medos mais profundos da mente humana, assombrações e
vampiros são exemplos de como a imaginação projeta suas próprias e deformadas
sombras em seres sobrenaturais. Nenhuma figura é tão repulsiva quanto a
do morto-vivo, que contra as leis da natureza se reergue de sua própria
destruição, com podridão exalando pelos poros, lembrando-nos da
nossa mortalidade, trazendo consigo o fim de todas as coisas.
Hoje na
literatura vivemos uma explosão da figura do zumbi, que deixou os cenários de
filmes B dos anos oitenta, para se tornar parte da cultura popular atual. As
estantes das livrarias estão cheias das mais variadas histórias protagonizadas
por essas criaturas horrendas, explorando o apocalipse em toda sua totalidade,
desde improváveis histórias de amor até as cenas mais sangrentas de horror. Mas
como tudo isso começou?
Em 1817 durante um retiro de
escritores em um chalé para escrever, uma
Frankenstein apesar de ser uma
espécie de "morto-vivo" possui a capacidade de pensamento e de
utilizar a razão, diferente dos zumbis modernos que não possuem capacidade
alguma de discernimento ou traços de inteligência. Algo assim só apareceria na
literatura de terror mais tarde, em 1922, através de um conto que possui como
inspiração a obra de Shelley: Herbert West: Reanimator de H. P. Lovecraft. Se a
criação do Dr. Frankenstein se mostrava consciente de si mesma além de ser
pensante, as experiências de Herbert West desde o inicio dá vazão a criaturas
extremamente violentas compelidas ao mal e a destruição do próximo. É nessa
história que temos a primeira mordida de zumbi na literatura, apesar de sua consequência
não ser a mesma da atualidade.
Foi através das hábeis e
talentosas mãos de Richard Matheson que o apocalipse dos mortos-vivos tomou
forma, sua obra seminal Eu Sou a Lenda é a inegável fonte de inspiração ao
apocalipse zumbi moderno e toas as suas ramificações. Apesar de as criaturas de
seus livros estarem mais próximas ao vampiro moderno, possuem a capacidade
pensante além de sugar o sangue ao invés de comer a carne a sua principal
contribuição é com a maneira de infecção da doença. Matheson foi um dos
primeiros escritores a cogitar a possibilidade de uma doença mortal que
causasse transformações mutantes no ser humano transformando-o em um ser
predador de sua própria espécie. Eu Sou A Lenda foi inspiração direta para o
grande gênio George Romero em sua Magnus opus A Noite dos Mortos Vivos, que
definiu a identidade do zumbi moderno.
[Continua]
2 Comentários
Muito interessante essas informações, realmente a partir de A Noite dos Mortos Vivos foi que os zumbis tomaram forma, deu ideias e inspirações para tudo relacionado a zumbis! Acabei de ler o livro de Jhon Russo e gostei muito!!!
ResponderExcluirEspero pela continuação dessa postagem em!
Abraço,
Diego de França
Leitor Sagaz | Participe do Top Comentarista | Grupo Amantes da Literatura no Facebook
Eu amo histórias de terror, mas demorou um pouco para essa coisa de zumbis me convencer. Gosto de coisas aterrorizantes mais realistas, que dão um pouco de nexo ao medo, e zumbis, para mim, sempre foi fraco. O que me fez gostar do tema foi a série The Walking Dead, e agora quero muito ver A Noite dos Mortos Vivos.
ResponderExcluirBeijos
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