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Resenha | Assassin's Creed: Bandeira Negra de Oliver Bowden


Assassin´s Creed sem sombra de dúvidas é a saga responsável pela recente onda de publicação de novelizações de jogos, porém o público alvo desses livros é bem específico querendo ou não tem-se que conhecer o universo em que se entrará ou a experiência com a leitura não será tão boa. Eu li os primeiros livros, Renascença, Irmandade e A Cruzada Secreta sem nunca ao menos ter jogado os games e a cada novo volume perdia um pouco do interesse de modo que no fim acabei desistindo de continuar lendo a série.

Com o lançamento de Bandeira Negra meu interesse retornou piratas são figuras que me atraem desde a infância seja no cinema como na literatura. Comprei o jogo e me impressionei com a qualidade do enredo que a estória apresentava as belas imagens e o protagonista diferente do que havia encontrado nos livros anteriores.  A impressão foi boa o suficiente para mais uma tentativa de leitura, que dessa vez não decepcionou.

A primeira coisa a se dizer é que livro e jogo se completam. Conhecendo a vida de Edward Kenway nas minuciosidades que apenas a literatura proporciona pode-se entender melhor o homem que ele vem a tornar ao longo da estória, suas motivações e ações. De fato o primeiro quarto do livro se passa antes do inicio do jogo, Kenway ainda era apenas mais um habitante de um pequeno vilarejo inglês cujo principal futuro diante dos olhos era substituir o pai na criação de ovelhas e beber na taberna local. 

Sem grandes aspirações sua vida muda quando encontra Caroline Scott por quem se apaixona e cujo amor faz com que busque as riquezas incontáveis através dos mares querendo lhe dar uma boa vida. Após momentos conflituosos e tensos a sua saída do vilarejo é dolorosa, mas a vida que surge diante dos olhos é aparenta ser pior ainda, Kenway serve de corsário a marinha da Rainha. É nesse ponto que aspecto histórico inserido, o protagonista ingressa nos corsários em uma época conturbada quando a profissão já estava ameaçada, ao menos na Grã-Bretanha. 

Os corsários são apenas piratas cujo capitão possui uma Carta de Corso que lhe autoriza perante o nome do rei a saquear embarcações inimigas durante um período de conflito, do mesmo modo que deve proteger os navios que sevem a majestade de piratas inimigos. Kenway acaba não tendo escolha e se torna um pirata conforme a situação lhe obriga, a partir de então personagens históricos fazem aparições, piratas famosos como Barba Negra (Edward Teach cujo sobrenome é alterado no livro para Thatch), Calico Jack, Benjamin Hornigold e Charles Vane são os mais famosos. 

Mas onde em meio a tudo isso entra o Credo de Assassinos? Edward Kenway passa a maior parte da estória entre o Credo e os Templários, suas ações são motivadas por seu interesse próprio e não refletem os ensinamentos dos assassinos. Com força e agilidade nata ele se passa por um dos acólitos do Credo sendo essa sua porta de entrada para os segredos do mundo. Mas em suma este é um livro sobre pirataria e homens do mar, os assassinos ficam em segundo plano. A narração da estória é feita pelo próprio Edward que relembra sua vida e suas ações, numa espécie de expurgo pessoal. 

A principal diferença das duas versões de Bandeira Negra se refere quando ao diálogo, enquanto o game opta por uma tradução mais arcaica das palavras e pronomes, o livro para atrair o publico adolescente fica entre o moderno com toques antiquados e o português rebuscado. Enfim é uma leitura prazerosa que mergulha no mundo dos piratas com suas traições e guerras navais, indicado para todos os tipos leitores que buscam esse tipo de aventura marítima.

   Bandeira Negra (2013) | Ficha Técnica 
   Título original: Black Flag (2013)
    Autor: Oliver Bowden
   Tradutora: Ryta Vinagre
   Editora: Galera Record
   Páginas: 336 páginas
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   Nota: ☠☠☠☠☠☠☠☠☠ (9/10 Caveiras)

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