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Resenha | O Inquilino de Roland Topor


Roman Polanski é um dos mais famosos diretores por sua visão diferenciada, é responsável por uma espécie de trilogia de filmes de suspense cujo cenário é um apartamento onde com sua genialidade expõe toda a paranoia e histeria que o confinamento pode trazer. 

Um desses filmes é o clássico O Bebê de Rosemary, baseado na obra de Ira Levin que se tornou um sucesso imediato por sua nova abordagem do terror, ao invés da sanguinolência habitual temos uma densa atmosfera de horror psicológico sufocante. Clima que se repete em O Inquilino adicionando-se a tensão da dissociação de personalidade.

O Inquilino foi escrito pelo autor francês Roland Topor na metade da década de sessenta sendo sua obra mais conhecida. É um livro curto e rápido que após a leitura deixa uma impressão forte no leitor, parece que o elemento perturbador presente na obra escorre pelos dedos adentrando a pele e se fixando no cérebro, tudo aquilo que está acontecendo é real? Ou apenas histeria do protagonista? Pela falta de múltiplas perspectivas o leitor tem que acreditar naquilo que lhe é servido, porém isso é feito exatamente pela mesma pessoa cuja sanidade é questionada.

Trelkovsky é um homem tímido. Tímido demais para sobreviver na sociedade cruel, esmagadora, descortês e obsessiva por bens matérias em que vive. Na sua busca por um lugar para morar acaba se deparando com um apartamento recém-vago cuja dona cometeu suicídio. Simone Choule é seu nome. Ele consegue alugar o local, após uma negociação minuciosa com a senhoria Monseur Zy, porém logo descobre que o lugar não é calmo como imaginava. Seus vizinhos parecem ser loucos e qualquer barulho, por mais mínimo e infinitesimal que seja é repreendido com batidas nas paredes. 

A primeira reclamação surge após a festa em sua nova casa que Trelkovsky organizou para seus amigos, depois disso parece que todos ficam de orelhas grudadas nas paredes esperando apenas um movimento que cause um som indesejado, seja o abrir de uma gaveta, o barulho da dobradiça enferrujada e até os passos pelo quarto. Então a loucura começa.

O protagonista começa a criar uma obsessão pela antiga inquilina. Será que os vizinhos foram os responsáveis pelo suicídio? Suas suspeitas se confirmam quando encontra um macabro "presente" enrolado em lenços numa rachadura na parede. 

Inicia-se uma guerra psicológica cujo expectador central é o leitor. O maior trunfo de Roland Topor é a atmosfera sombria na qual insere o leitor, um universo macabro e incompreensível que causa tanto medo como confusão. Um livro claustrofóbico de leitura obrigatória.

   O Inquilino (1976) | Ficha Técnica 
   Título original: The Tenant (1964)
    Autor: Roland Topor
   Tradutor: ---
   Editora: Record
   Páginas: 128 páginas
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   Nota: ☠☠☠☠☠☠☠☠☠ (9/10 Caveiras)

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6 Comentários

  1. Caramba! Será que é difícil de encontrar esse livro? Me interessei pela história! Sua resenha tá muito foda! Parabéns!
    Estranhamente a história me pareceu ter um ar de Psicose, imaginei Norman Bates como o Trelkovsky. Parece ser interessante a história! :D
    Abração!

    Meu blog: http://meninodoslivros.blogspot.com.br/

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    Respostas
    1. Em sebos você deve encontrar fácil por um preço bem pequeno. O livro foi escrito nessa época mesmo mas ao contrário de Psicose, o protagonista não é um psicopata. Como falei a história está mais para o Bebê de Rosemary que para qualquer outra coisa. Um livro cujo personagem me lembrou o Norman foi Vingança Diabólica, em breve falarei dele por aqui.
      Obrigado pela visita :)

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    2. Sempre ouvi falarem muito bem de 'O bebê de Rosemary', mas nunca vi o filme. Fiquei curioso agora por causa do comentário, parece ser bom kkk
      'Vingança Diabólica'? Agora fiquei curioso pela resenha. Vou procurar! :D
      Abraço!

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  2. O Bebê de Rosemary minha mãe assistiu quando estava grávida de mim, acho que por isso gosto de filmes de terror. Me interessei muito pelo livro, eu gosto muito de histórias, tanto em livros quanto em filmes, que retratem a loucura do ser humano, não só pelo confinamento, mas também pelo medo que nós criamos de situações diversas. Eu li o conto do Robert E. Howard, chamado de O Aterrorizante Toque da Morte, em que o cara morre de suto devido a cena que ele cria em seus pensamentos. Muito bom. Só para reforçar, agradeço pela indicação do filme A Sentinela do Mal, gostei muito. Inclusive, ver no youtube com qualidade VHS foi o que mais gostei.

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  3. Claustrofóbico e surpreendente... o protagonista, o inquilino, cada vez mais enredado e preso, e nós leitores, presos com ele! Psicologia sufocante

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  4. Aff... não sou muito chegada em suspense psicológico, prefiro mais o terror sobrenatural, aquele que é palpável, visível, enfim, à vista de todos... Acho que atmosferas sufocantes e suspenses muito focados num único personagem podem passar por 'loucura', o que tira a graça do livro.

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