"Eu não quero morrer sem cicatrizes..." Chuck Palahniuk é ousado e ácido em suas criticas, escreve rápido e surpreende o leitor com reviravoltas na trama que são como um soco de direita no rosto, sua visão particular é forte e influenciadora de pensamentos, descreve cenas absurdas tão calmamente que é difícil não encarar as situações estranhas como normais do cotidiano. O livro é simplesmente genial.
Clube da luta é narrado por um homem comum que vivia de acordo com as regras, tinha uma vida e trabalho normais, mas não era feliz ele tentou se adaptar ao mundo tornando-se algo que não é para ser aceito. Suas noites eram recheadas de tédio e insônia até conhecer os grupos de ajuda. Nesses grupos pessoas com doenças incuráveis ou bastante debilitantes e traumatizantes trocam experiências de como é a viver cada segundo da vida flertando com a morte, são pessoas que já aceitaram e assinaram seu óbito e querem compartilhar seus pensamentos, porque quando sabem que você vai morrer as pessoas te escutam de verdade e não apenas fingem estar interessadas.
É nesse contexto que o protagonista é inserido, inexplicavelmente nesses lugares ele alcança a paz e consegue dormir, falar e ouvir tanto sobre a morte tem um efeito calmante. Porém isso tem um limite quando conhece Marla, uma mulher que assim como ele vai de grupo em grupo fingindo doenças ouvindo e contando histórias, sua paz é tirada. É quando conhece Tyler Durden que é tudo o que ele sempre quis ser, mas não pode.
Tyler lhe apresenta um mundo novo, onde regras são feitas para serem quebradas e onde a dor é uma espécie de prazer calmante, surge assim o Clube da Luta, um lugar aonde os homens vão não apenas descarregar suas forças, mas também emoções, o lutador se sente poderoso quando tem o sangue do outro em suas mãos da mesma forma que aquele que possui cicatrizes se sente orgulhoso de exibi-las.
Clube da Luta é análise ácida e inquietante sobre a sociedade atual, seus valores e a inutilidade das ações do cotidiano. “Fomos criados pela televisão para acreditar que um dia seríamos ricos, estrelas de cinema e do Rock. Mas não seremos. E estamos aos poucos aprendendo isso". É uma critica ao nosso egocentrismo natural de se imaginarmos como o centro do mundo, como os protagonistas da história numa eterna competição para ver quem aparece mais e quem é mais cultuado. É uma leitura que faz refletir sobre o que somos e o que representamos para a sociedade. Se tiver coragem leia.
Título original: Fight Club (1996)
Autor: Chuck Palahniuk
Páginas: 272 páginas
Autor: Chuck Palahniuk
Tradutor: Cassius Medauar
Editora: LeyaPáginas: 272 páginas
1 Comentários
Puts gostei muito do livro, nem imaginava que se tratava de uma reflexão da sociedade.. está na wish... grande abraço
ResponderExcluirMe visita?
Guilherme Kunz
www.tematoa.blogspot.com.br