A Guerra Fria foi um dos períodos de maior tensão da história da humanidade, o mundo vivia na iminência de um conflito catastrófico protagonizado pelos Estados Unidos e a União Soviética, onde as batalhas não eram travadas em campos de guerra, mas sim em áreas sutis como a política internacional e a expansão científica.
Como ambas nações tinham poderio nuclear para destruir o planeta repetidas vezes, eram nos laboratórios que novas ameaças eram desenvolvidas, armas mais eficientes capazes de destruir completamente o exército inimigo sem que a natureza entrasse em colapso. Foram criadas assim as poderosas armas biológicas. Essa tensão influenciou bastante os autores da época, resultando em vários romances que se baseavam na ideia de desastres biológicos advindos da corrupção governamental, um desses casos é Quarentena de Josh Webster.
James Lockton é um brilhante cientista americano que se dedica a pesquisar a genética dos vírus, sua carreira está no auge quando uma terrível tragédia pessoal destrói seus planos para o futuro, sua esposa morre devido a complicações do parto e seu filho recém-nascido é diagnosticado com fibrose cística, uma doença incurável e debilitante cujo tratamento é dispendiosamente alto. Suas finanças estão em ruínas de modo que quando agentes do governo lhe oferecem uma oportunidade de trabalho, seus questionamentos morais não tem peso diante dos benefícios para seu filho, Lockton é contratado para desenvolver uma arma biológica a partir do vírus da raiva.
O projeto ultrassecreto foi desenvolvido em uma pequena ilha remota e após quatro anos de pesquisas o resultado é o Formido inexorabilis, um vírus altamente mortal que se multiplica na água fresca a na corrente sanguínea dos hospedeiros, seus sintomas envolvem alucinações e uma fúria incontrolável e o prognóstico é uma morte extremamente dolorosa em poucas horas. Quando seu trabalho está quase concluído o impensável acontece, uma falha na segurança libera o novo vírus no meio ambiente com desastrosas consequências.
Quarentena é um daqueles suspenses dos anos oitenta centrados em teorias conspiratórias que apesar de todos os clichês consegue seduzir o leitor e entreter na leitura, a escrita de Josh Webster é bem cinematográfica e apesar de não surpreender nas cenas de ação, entrega a estória de modo satisfatório com boas descrições e um ótimo desenvolvimento do clima de tensão, desde o início até as explosivas páginas finais. O livro é mistura das primeiras páginas de A Dança da Morte de Stephen King, o desenvolvimento de O Totem de David Morrel com as descrições de Robin Cook.
Quarentena (1988) | Ficha Técnica
Título original: Quarentine (1988)
Autor: Josh Webster
Tradutor: Laurence Marie Jullien
Editora: Nova Cultural
Páginas: 256 páginas
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Nota: ☠☠☠☠☠☠☠☠☠☠ (8/10 Caveiras)
1 Comentários
Adoro suspense médico, e é sempre bom conhecer novos títulos nesse estilo. Ótima sugestão.
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